Software Livre & Gestão do Conhecimento
Anderson
Lourenço da Silva – Tecnologia em Redes de computadores
Luciano
Santos Gonçalves – Tecnologia em Analise de Sistemas
Ricardo
de Souza – Tecnologia em Redes de computadores
“Se
dois homens vêm andando por uma estrada, cada um carregando um pão,
e ao se encontrarem, eles trocam os pães, cada homem vai embora com
um. Porém, se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um
carregando uma idéia, e ao se encontrarem, eles trocam as idéias,
cada homem vai embora com duas.”
provérbio
chinês
Resumo
Este
artigo visa explanar ao leitor o que vem a ser a gestão do
conhecimento, como ela pode ser desenvolvida a partir do uso de
software livre e como conciliar Tecnologia da Informação e Gestão
do Conhecimento numa organização.
Introdução
Há
algum tempo a Tecnologia da Informação vem se expandindo por todo o
mundo. Esse crescimento constante modificou profundamente o modo de
trabalho no nosso cotidiano, pois o acesso a informação se tornou
mais amplo. As empresas então passaram a observar o comportamento de
funcionários em busca de aprimoramento profissional. É nesse ponto
que a Tecnologia da Informação se encontra com a Gestão de
Conhecimento.
Nas
linhas a seguir vamos saber um pouco mais sobre esses dois temas.
O
que é Gestão de Conhecimento?
É
com base no estudo de duas pesquisas que fundamentaremos os valores
de Gestão do Conhecimento e Tecnologia da Informação. Os autores
divergem opiniões no que diz respeito a importância da Tecnologia
da Informação na Gestão do Conhecimento, uma vez que um defende a
Gestão do Conhecimento através do uso de software livre e o outro
tenta dissociar Gestão do Conhecimento de Tecnologia da Informação.
A
princípio veremos as definições de Gestão do conhecimento para
cada autor.
Para
Rossetti & Morales a
Gestão do conhecimento é, por assim dizer, a capacidade de lidar de
forma criativa com as diferentes dimensões do conhecimento, desde
sua criação a partir de dados, sua transformação em informações,
e, a partir da análise das informações e sua transformação em
conhecimento propriamente, sua contextualização, categorização,
armazenamento, uso e disseminação, correção, compilação e
reutilização;
por outro lado Roloff & Oliveira assumem o que é apresentado
pelo autor Terra, que explicita que Gestão do conhecimento é um
esforço para fazer com que o conhecimento de uma organização
esteja disponível para aqueles que dele necessitem dentro dela –
quando, onde e na forma como isso se faça necessário, com o
objetivo de aumentar o desempenho humano e organizacional.
Para
as empresas o conhecimento e a gestão do conhecimento, significa
melhorar a qualidade de produtos e serviços, aumentar a satisfação
dos clientes, elevar a produtividade, aumentando assim a
rentabilidade. Elas necessitam da gestão do conhecimento devido ás
grandes mudanças pelas quais passam freqüentemente.
Sveiby
afirma que a
Tecnologia da Informação e Comunicação começou a ser utilizada
pelas organizações na década de 1950, enquanto o conceito de
Gestão do conhecimento surgiu no início da década de 1990;
segundo Rossetti & Morales esse grande intervalo deu um destaque
tão grande a Tecnologia da Informação que certas organizações
passaram a confundir a Tecnologia da Informação com estratégias de
Gestão do Conhecimento. Estes autores ainda dizem que o
papel principal da tecnologia da informação na gestão do
conhecimento consiste em dar suporte à gestão do conhecimento, em
ampliar o alcance e acelerar a velocidade de transferência do
conhecimento. É importante ressaltar que a tecnologia da informação
desempenha um papel de infra-estrutura, pois a gestão do
conhecimento envolve também aspectos humanos e gerenciais. Sua
função é identificar e/ou desenvolver e implantar tecnologias e
sistemas de informação que dêem apoio à comunicação empresarial
e à troca de idéias e experiências. Isso facilita e incentiva as
pessoas a se unirem, a tomarem parte de grupos. Favorece a renovação
em redes informais de aquisição e troca de conhecimento, além de
facilitar o compartilhamento de problemas, perspectivas, idéias e
soluções em seu dia-a-dia profissional.
Software
Livre – Uma ferramenta da Tecnologia da Informação a serviço da
Gestão do Conhecimento
Zilli
afirma que o software
livre é o software que é disponibilizado com a permissão para
qualquer um copiar, usar e distribuir, com ou sem modificações,
gratuitamente ou por um preço.
Segundo Roloff & Oliveira essa definição explana bem que o uso
de SL passa a ser uma questão de liberdade e não de preço.
São
várias as vantagens do uso de software livre, citaremos neste artigo
algumas destas vantagens abordadas por Roloff & Oliveira.
Liberdade
de customização:
ter acesso ao código fonte do programa permite alterá-lo da forma
como for necessária ao usuário. Desde a interface gráfica a
estrutura de dados, tudo pode ser adaptado para o uso prático do
programa.
Independência
do “Mercado”:
Os software proprietário produzidos por um único fornecedor
mostram-se como um grande e real perigo para uma instituição, pois
se este fornecedor interrompe suas atividades comerciais ou decide
descontinuar um produto, os usuários terão de arcar com os custos
da nova versão. Isso não ocorre com o software livre, uma vez que
existem várias empresas provendo serviços e produtos similares,
além da possibilidade de se contratar programadores para efetuarem
manutenção nos programas, já que seu código fonte está
disponível.
Estabilidade
e Segurança:
Roloff & Oliveira dizem que assim
que um programa é liberado para experimentação (versão beta),
outros programadores o instalam e o usam, iniciando-se o processo de
depuração. Erros descobertos são reportados ao(s) autor(es),
frequentemente acompanhados da correção. Isso também significa que
quaisquer problemas associados á segurança são descobertos,
resolvidos e as correções publicadas ampla e rapidamente.
Concordamos que essa definição do processo de desenvolvimento do
software livre mostra a agilidade na correção de bugs e falhas de
segurança.
Suporte
atualizado:
esse processo de desenvolvimento em conjunto, citado no item acima,
faz com que a comunidade de desenvolvedores seja reconhecida por dar
suporte gratuito aos aplicativos e ao sistema operacional, Roloff &
Oliveira deixam isso claro ao dizer que as
comunidades software livre e suas ferramentas receberam vários
prêmios de meios de comunicação especializados.
Roloff
& Oliveira também apresentam as desvantagens de se trabalhar com
software livre, entre elas estão:
Indisponibilidade
profissional:
a falta de profissionais competentes na área torna a mão-de-obra
mais cara.
Ausência
de responsável legal:
concordamos com Roloff & Oliveira quando dizem que do
ponto de vista de uma organização, um dos problemas mais sérios
com a adoção de software livre é a inexistência de uma entidade
com identidade jurídica claramente definida e que seja legalmente
responsável pelo sistema. Com o software livre em caso de prejuízos
decorrentes de erros no software, não há nenhuma entidade que possa
ser responsabilizada civil ou criminalmente por eventuais perdas e/ou
danos.
Usabilidade
difícil: a propagação do Windows® como sistema operacional de
simples aprendizado tem se estendido por anos e os próprios cursos
de informática induzem os alunos a defenderem esta bandeira. Essa
situação dificulta o aprendizado de um novo sistema, não tão
popular nos escritórios do país. segundo Roloff & Oliveira
quanto
mais tempo se dedicar ao novo sistema que se deseja aprender, melhor
e mais rápido será o aprendizado.
Roloff
& Oliveira apresentam um modelo de gestão tecnológica baseado
em software livre numa Instituição de Ensino Superior, onde é
criado um portal que para
o usuário, funciona com uma intranet onde ele navega por seções
tendo a ilusão de ser um único programa, mas na verdade, está
navegando em vários softwares com a base de usuários integrada.
Os autores tiveram como principais dificuldades na implantação do
Ambiente Virtual de Ensino-Aprendizagem a mudança na rotina dos
professores, que teriam de alterar sua metodologia de ensino, a
familiarização com a informática por parte do corpo docente e a
falta de atualização e digitalização do material das unidades
curriculares ministradas pelo professor. Apesar disso constataram que
a barreira
ao uso da tecnologia proposta diminui a cada nova apresentação, uma
vez que os resultados
positivos incentivam a busca por novas ferramentas. Nesta gestão
tecnológica algumas ferramentas de software livre se mostram
superiores as de software proprietário da categoria, e ficou
constatado que
não são necessários vultosos investimentos financeiros na
aquisição de tecnologia, para promover a gestão tecnológica de um
curso ou de uma instituição de ensino.
Ao
término do estudo Roloff & Oliveira respondem a seguinte
questão: como
promover a gestão do conhecimento com ferramentas tecnológicas
dentro de uma organização?
A
promoção da gestão do conhecimento dentro de uma organização,
torna-se viável tecnologicamente, do ponto de vista financeiro, com
o emprego de ferramentas software livre, e do ponto de vista
organizacional, com a aplicação do modelo defendido por este
projeto, o qual prioriza a seleção da ferramenta software livre,
que melhor atenda aos requisitos de determinada tarefa e sua
posterior integração com outras ferramentas software livre. Assim,
a solução completa pode estar dentro de um portal corporativo, que
congregue todas as ferramentas necessárias e que atenda a todos os
requisitos da organização.
Assim,
concordamos que o uso de software livre é um caminho para promoção
de gestão do conhecimento dentro de uma organização.
Referência
Bibliográfica
Roloff,
M. L., Oliveira, R. A., Um modelo competitivo baseado em ferramentas
software livre para a gestão tecnológica de organizações - a
promoção do conhecimento corporativo e da inovação tecnológica
em uma graduação tecnológica Revista
de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação/Journal of
Information Systems and Technology Management (JISTEM),
São Paulo, v. 04, n. 02, p.127-150, Mai./Ago 2007
Rossetti,
Adroaldo and Morales, Aran Bey O
papel da tecnologia da informação na gestão do conhecimento.
Ci. Inf., Abr 2007, vol.36, no.1, p.124-135. ISSN 0100-1965
Terra,
J. C. C. Gestão do conhecimento: o grande desafio empresarial. São
Paulo: Negócio Editora, 2001.
Zilli,
D. Mundo Livre. 3a. Edição, 2004
E-book
disponível no site: http://www.softwarelivresc.org.br.
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