20/01/2009

A saúde vai bem?

Todos jantavam ao redor da mesa e jogando papo fora entre uma garfada e outra, a reunião estava divertida, e em dado momento ele levantou e disse: - Preciso dar uma má notícia... Todos interromperam as conversas paralelas e pararam para ouvir, então ele se pronunciou. Eu preciso ir ao médico. O horror tomou conta daquelas faces preocupadas, espantando a alegria de minutos antes....
É... parece exagero com uma lorota dessas, mas é fato. A situação do nosso sistema de saúde pública é lamentavel. Eu precisei me consultar com um médico por esses dias e vi coisas que não gostei. Pra começar mostro o que vi ao chegar na Unidade Basica de Saúde da Vila Ede:

No primeiro dia eu culpei a vizinhaça porca que fez essa sugeira e pensei em como falar com a vigilancia sanitária. Entrei no posto e descobri que só poderia marcar uma consulta para 03/03/2009, quando a doença já tivesse se alastrado o quanto podia, porém a solidária recepcionista me falou sobre o ENCAIXE, um recurso utilizado para preencher vagas das pessoas que faltam as consultas. Fiquei feliz por isso, e como recomendado compareci ao posto no dia seguinte as 08:00 da manhã, na verdade eram 07:50 quando cheguei ao local, onde o lixo aguardava pacientemente. Fui falar com a D. Ivone, como fora instruido no dia anterior, e a assistente dela me pediu para pegar uma senha e aguardar. No momento em que falava com sua assistente a D. Ivone apareceu comentando: "Nossa não apareceu nenhum paciente da Dr.ª Magda". Aguardei. Foram 40 minutos no aguardo até me chamar. Senha número 3, o número um era um senhor de idade, Pietro era o nome e queria uma receita para comprar seu remédio. Então apareceram o número 0 e 0,5, dois bolivianos que passaram a frente do numero 1, da número 2 e do número 3 [eu]. A número 2 queria medir a pressão, e me parece que só isso, e eu fui ver uma alergia. Depois de atendido pela Zezé, fui encaminhado aos cuidados da D. Ivone. Ah, D. Ivone. Se no mundo houvesse mais pessoas tão calmas como a senhora, o que seria de São Paulo?? D. Ivone é calma, sabe lidar com os pacientes, mas parece sobrecarregada. Digo isto porque ela levou 50 minutos para resolver os pacientes 0, 0,5, 1 e 2 entre os que haviam marcado hora para aquele dia. Então me cansei da espera e fui perguntar se faltava algo para saber do encaixe. Então dona Ivone pediu que esperasse um pouquinho. Ah, dona Ivone, sua matreira. O pouquinho de dona Ivone somou 50 minutos ao meu aguardo, então eu me cansei, fiquei de pé ao lado de seu local de trabalho para incomodar, mostrar que estou esperando pacientemente. 10 minutos depois ela se irritou com minha presença e se dirigiu a mim: - Espera só um pouquinho que vou levar esses documentos lá em cima e já volto para ver o seu caso, por favor espere sentado. Eu quase entrei em desespero quando ela me pediu outro pouquinho de tempo, mas pareceu sicenro quando ela falou. Bem, este pouquinho levou somente 10 minutos então pude subir para falar com a Drª Magda. Depois de 30 minutos esta me atendeu e me receitou uma pomada e comprimidos, e fez cara de desdenho quando mencionei o encaminhamento para o demartologista [como me aconselhou a Dr.ª Monika, do AMA Vila Guilherme, onde me consultei no dia anterior] .

Na saída eu informei a dona Ivone que tinha passado no encaixe e questionei se deveria dar baixa na consulta marcada para daqui 2 meses, então ela disse: "pode deixar, no dia que você não vier nós fazemos um encaixe".

Topei com o número um na porta, e com a número dois, porque antes de sair dali nós eramos só isso, números inoportunos que sempre aparecem. Como estou? vou bem, usando os remédios e esperando que o diagnóstico da Drª esteja correto. Eu sei que tive sorte por conseguir o encaixe, mas o que me levou a escrever esta matéria é o lixo. Entre os minutos de espera eu li todos os cartazes do hospital e um dizia Serviços Oferecidos, e dentre os vários prestados o último dizia: Vigilância Sanitária. UBS Vila Ede R. Padre Marcos Simoni, 390 mais informações com o tio Google

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